O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) teve seu pedido liminar de liberdade negado na tarde desta quinta-feira (21) pelo juiz substituto do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Mauro Bley Pereira. O magistrado também negou a transferência do tucano, acusado por corrupção, para uma sala de estado maior e declarou que o cargo político exercido por Richa indica a necessidade da custódia para extinguir a ideia de impunidade.
“Constata-se que a decretação da prisão preventiva está devidamente fundamentada e atende às peculiaridades do caso, não cabendo, por ora, sua modificação”, diz parte do despacho. As informações são do Fábio Campana.
Richa está em uma cela no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, onde também estão Eduardo Cunha e Sérgio Cabral. De acordo com informações do CMP, Richa encontra-se recolhido em cela individual, em condições especiais e condignas. Diante disso, o juiz entendeu que as condições em que ele está preso se equiparam a sala de Estado Maior.
Terceira prisão
O Investigado por corrupção, o tucano foi preso pela terceira vez na última terça-feira (19), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em Curitiba.
A prisão preventiva foi decretada no âmbito da Operação Quadro Negro após a delação premiada do empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Construtora Valor. Segundo a investigação do MP-PR, mais de R$ 20 milhões, destinados à construção e reforma de escolas estaduais, podem ter sido desviados. Parte do dinheiro teria sido desviado para a campanha de reeleição de Richa ao governo.
Segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, o ex-governador tentou atrapalhar as investigações. Além do ex-governador, foram presos o ex-secretário especial de Cerimonial e Relações Exteriores do Paraná, Ezequias Moreira, e o empresário Jorge Atherino, tido como operador financeiro de Richa.
Richa já foi detido outras duas vezes
A primeira foi em setembro, na Operação Rádio Patrulha, que investiga o direcionamento de licitação para beneficiar empresários, além de lavagem de dinheiro, no programa do governo estadual do Paraná, Patrulha do Campo, no período de 2012 a 2014. Nessa ação, Richa é apontado como o chefe de uma organização criminosa e o principal beneficiado pelo pagamento de propinas de fornecedores ao governo do Paraná.
Entretanto, ele permaneceu preso por quatro dias e foi solto após uma determinação de Gilmar Mende, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes também mandou libertar a esposa de Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, o irmão do tucano, José Richa Filho, conhecido como Pepe Richa, e outras doze pessoas.