O Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), realizou pela primeira vez em Foz do Iguaçu, uma cirurgia com auxílio de uma técnica em 3D para reconstruir um crânio.
Aos 21 anos, Arcenio Tsmbe, tem a sensação que voltou a viver. Após passar por um grave acidente, o rapaz que é natural de Moçambique, teve um traumatismo craniano e ficou seis meses com uma deformidade de um lado da cabeça.
No dia 4 de março, o jovem passou por uma cirurgia de reconstrução de calota craniana, com utilização de prótese em 3D customizada e produzida exclusivamente para ele. O procedimento, realizado no HMCC, é indicado para a reconstrução de falhas do osso do crânio, que podem ocorrer devido a tumor ou traumatismo craniano, caso do Arcenio.
“Para desenvolver a prótese, foi realizada uma tomografia, na qual foi identificada a falha no crânio do paciente. Comparando com o formato do crânio, um software faz um desenho para reconstrução e um molde em três dimensões para preencher a falha óssea. Com isso, a peça é projetada para ficar milimetricamente encaixada”, explica o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Elton Gomes da Silva.
Na hora da cirurgia, o polimetilmetacrilato, um acrílico cirúrgico que é biocompatível e pode ser colocado na cabeça do paciente, é preparado e colocado no molde da falha criado a partir da reconstrução da tomografia.
Segundo o médico: “A ideia é proteger o cérebro que ficou sem a calota óssea do crânio, com um resultado de forma mais natural possível”, diz.
A cirurgia de reconstrução levou duas horas para ser realizada. Dois médicos se envolveram no processo — Elton e Edgar Farina. Depois, o jovem passou apenas dois dias internado e os pontos foram retirados em dez dias.
“O mais interessante é que eu fiquei com o molde, caso eu precise novamente, os médicos poderão fazer outra cirurgia igualzinha”, brinca Arcenio que é grato aos profissionais, mas nunca mais quer passar por isso de novo.
O projeto da prótese customizada foi realizado pela empresa de materiais cirúrgicos Vittamedi.
Relembre o caso – Arcenio Agostinho Tsmbe, é natural de Moçambique, e está em Foz do Iguaçu cursando Biomedicina. O acadêmico faz parte do programa de Bolsa Internacional da Uniamérica e é um dos quatro estrangeiros contemplados pelo programa da instituição de ensino.
Em 24 de setembro de 2018, o moçambicano sofreu um grave acidente na área central de Foz do Iguaçu. O estudante transitava pela via de bicicleta, por volta das 8h30, quando foi atingido por um carro entre as ruas Edmundo de Barros e Mato Grosso, próximo a Guarda Mirim.
Ele ficou 15 dias internado no Hospital Municipal da cidade e procurou o Costa Cavalcanti para dar sequência no tratamento, já que possui plano de saúde que contempla este tipo de cirurgia.