Bolsonaro diz que MEC estuda tirar dinheiro de áreas de humanas

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Ministro Abraham Weintraub. Foto: Cristiano Mariz

O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta sexta-feira que o governo deve “descentralizar” recursos para áreas de humanas, como filosofia e sociologia, em universidades.

Segundo ele, o objetivo é “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte”, como Veterinária, Engenharia e Medicina. A informação foi dada pelo Twitter, como destacou o Estadão.

A mensagem dizia ainda que a ideia é um plano do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que recentemente criou uma conta na rede social.

Em um segundo post, logo em seguida, o presidente afirmou que “a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”.

Em entrevista ao Estado, Weintraub há havia feito críticas ao investimento em áreas de humanas, dizendo que o filho de um agricultor deveria estudar áreas como Veterinária e Medicina, em vez de Antropologia.

“Precisamos escolher melhor nossas prioridades porque nossos recursos são escassos. Não sou contra estudar filosofia, gosto de estudar filosofia. Mas imagina uma família de agricultores que o filho entrou na faculdade e, quatro anos depois, volta com título de antropólogo?”

O Ministério da Educação (MEC) envia recursos para as mais de 60 universidades federais do País. A política, se colocada em prática, afetaria principalmente pesquisas nas áreas de humanas.

Os professores e e pesquisadores podem sofrer corte de bolsas, por exemplo, a maioria delas também controlada por órgãos do MEC.

Esse já era um temor de pesquisadores da área de humanas desde a eleição de Bolsonaro. Sem bolsa, eles não são capazes de fazer pesquisas, primordiais para aprimoramento e para a produção de novos conhecimentos.

Weintraub também já disse que é preciso combater o chamado marxismo cultural nas universidades. Ontem, o ministro havia dito que iria anunciar medidas “agressivas” em breve.

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