Projeto da Ponte da Integração passa por ensaio em túnel de vento

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Modelo reduzido completo da ponte.

Estabilidade e comportamento da estrutura foram avaliados e aprovados em teste de simulação em laboratório. Obras estão sendo construídas com recursos da margem brasileira da Itaipu

O projeto da Ponte da Integração Brasil-Paraguai foi aprovado com louvor em ensaios de túnel de vento, realizados neste mês no Laboratório de Aerodinâmica das Construções da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LAC-UFRGS), o mais requisitado do País para testes em projetos arquitetônicos.

O objetivo foi analisar a ação do vento em diversos ângulos, utilizando maquetes que simulam a estrutura da ponte, em construção sobre o Rio Paraná entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, no Paraguai. A iniciativa é do governo federal, com recursos pagos pela margem brasileira da Itaipu e gestão do governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).

Os ensaios em túnel de vento são feitos para pontes, edifícios e várias outras estruturas cuja atuação do vento é relevante no seu dimensionamento e comportamento pós-construção. Eles permitem aos engenheiros determinar a natureza e a intensidade das pressões e forças de vento que atuam sobre estruturas complexas ou localizadas em terrenos de condições complexas.

Tabuleiro da ponte dentro do túnel de vento.

Como Foz do Iguaçu está localizada na região com a velocidade de ventos mais alta do Brasil, um teste como esse se torna ainda mais essencial.

A simulação foi feita sob responsabilidade do professor Acir Mércio Loredo Souza, doutor em Engenharia e diretor do LAC-UFRGS, e acompanhada por representantes da Itaipu Binacional, do DER/PR, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Consórcio Ponte Brasil-Paraguai (Única/MPB/RMG), supervisor da obra, e do Consórcio Ponte Foz (Construbase/Cidade/Paulitec), executor dos trabalhos.

Da maquete eletrônica ao protótipo
Até então, os ensaios vinham sendo executados em uma maquete eletrônica durante toda a fase de projeto, mas agora, com o túnel, foi possível verificar fisicamente a ação do vento. Para realização dos ensaios foram construídos dois protótipos em escala reduzida: um representando parte do tabuleiro e outro com a ponte completa.

Os protótipos representam em escala as formas geométricas das estruturas, massas e resistências dos materiais e são equipados com sensores, para medir quaisquer deslocamentos e deformações.

No ensaio com o protótipo do tabuleiro, foram avaliadas as velocidades do vento que podem levar à instabilidade da estrutura. Um exemplo prático: o projeto inicial da Ponte foi alterado para incluir um guarda-corpo antisuicídio em todo o tabuleiro. A presença dessa estrutura modifica o comportamento da ponte em relação ao vento, e a simulação visa entender as interferências e modificações necessárias no projeto ou na própria execução para que seja mantida a estabilidade global da construção.

O teste também permitiu verificar a necessidade de incluir amortecedores de impacto entre as aduelas metálicas. O ensaio do túnel de vento comprovou que é possível dispensá-los.

Protótipo

No ensaio da ponte completa, são feitas as avaliações do comportamento não só da estrutura, mas também da topografia local, quando submetidas às mais variáveis cargas de vento. A estrutura é girada de 15 em 15 graus dentro do túnel, para que possam ser avaliadas as ações e reações da estrutura em todas as direções dos ventos. A cada giro é necessário construir um novo cenário, representando o relevo do entorno da obra.

O ensaio foi realizado para confirmar, mais uma vez, que a estrutura da segunda ponte está sendo projetada e executada com toda a segurança e estabilidade, de acordo com as normas e preparada para suportar quaisquer intempéries. O resultado: aprovado com louvor.

Fotos: Diretoria de Coordenação/Itaipu Binacional

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