O ex-senador e ex-governador Roberto Requião (sem partido) está percorrendo o Paraná para “ouvir a população” e viabilizar a sua futura candidatura para um quarto mandato à frente do Governo do Estado. Nesta quinta-feira (09), ele esteve em Foz do Iguaçu, onde se reuniu com lideranças sociais e suprapartidárias. Acompanhado do filho, o deputado estadual Maurício Requião (MDB), visitou a redação do GDia no início da tarde.
“Estamos percorrendo o Paraná em caravana para discutir os problemas do Estado e do Brasil. “Se você quer alterar uma realidade, você deve conhecer em profundidade”, disse Requião, sobre os planos para as eleições de 2022. “O que está acontecendo que causa tanta indignação? Por quê tem mulheres assaltando caminhões de lixo para alimentar a família? Gente tomando sopa de osso e cozinhando pé de galinha?”.
“Porque estamos pagando, no Paraná, tarifas rigorosamente absurdas nas contas de água e luz?”, indagou o ex-senador. Em contrapartida, segundo ele, o Governo do Estado abriu mão de bilhões de impostos em favor de empresas que não tem o nome divulgado. “Porquê aumenta o desemprego e 90% dos paranaenses tem alguma dívida?”.
Estas indignações o motivaram a uma análise das causas desse processo. Ele lista a venda da Copel Telecom, que atendida milhares de escolas operando à distância as usinas da Copel. “Logo após a venda, o Governo do Estado alugou os cabos do sistema que avia vendido”, informou.
Empresas públicas, como Copel e Sanepar, na avaliação de Requião, devem servir a população, mas hoje “são empresas do mercado e não públicas”, disse. A Companhia de Energia Elétrica foi fundada em 1954 e constitucionalmente deve fazer o melhor serviço ao menor preço.
“Mas servindo os acionistas e ao mercado, está levantando o preço da tarifa, para distribuir dinheiro entre os acionistas. Então, temos que explicar tudo o que acontece nesse neoliberalismo econômico, e mostrar que o governo está fazendo bobagem e isto tem que acabar”, ressaltou.
Política partidária
Para viabilizar uma nova candidatura, Requião precisa encontrar um novo partido, já que saiu do MDB em agosto, após mais de 40 anos de militância. “Eu não negócio partido. Temos um grupo de oito partidos que estão caminhando conosco e em um determinado momento vamos escolher um para que possa me filiar”, disse.
“Hoje não estou fazendo campanha para o governo e sim fazendo campanha para esclarecimento do estado, sem partido, fazer campanha para quê?”, indagou. Sobre a atual fase, com os virtuais candidatos à presidente da República, Requião disse que aprecia muito o trabalho do ex-presidente Lula e também do ex-ministro Ciro Gomes, atualmente no PDT, na discussão da política econômica brasileira.
“Ele (Ciro) está pondo em discussão o sistema. Acho pessoalmente, que o Lula será eleito presidente, lendo as pesquisas que estou vendo”, disse. Na avaliação do ex-governador, quem sabe ler pesquisa de intenção de voto, chega a esta conclusão.
“Agora, gostaria de uma definição de plano do governo mais claro. Não sou do PT. Se o petismo é um credo, não sou credo. Apoiei as medidas (implantadas por Lula) que são corretas e critiquei os erros do PT, que podem ser corrigidos”, ressaltou.
Todo mundo tem que corrigir, disse. “Cometi erros no meu governo (1991-1994, 2003-2006 e 2007-2010), não vou fazer confissões públicas, quem faz confissão é o crente para o santo da sua devoção, você tem que entender onde se equivocou e não repetir o erro”.
Em relação à política nacional, Requião defendeu que a Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobrás fiquem não mão do estado “integralmente”. “São empresas estratégicas e tem que estar na mão do governo. O Correios tem uma capilaridade no país inteiro, que jamais uma empresa privada vai ter”, concluiu.
As informações são de GDia