Crescimento dos custos do transporte aumenta necessidade da prefeitura aportar mais recursos para operação do sistema
Em cinco meses do contrato emergencial do transporte coletivo em Foz do Iguaçu, o número de passageiros aumentou 26%. A quilometragem rodada pelos ônibus também subiu 14%. E o número de veículos da frota passou de 66 para 94, o que possibilitou a retomada de linhas paralisadas na pandemia e o reforço daquelas com maior demanda.
Esse crescimento dos usuários do transporte coletivo, somado ao aumento do óleo diesel (com custo quase 48% superior desde março deste ano, quando iniciou a contratação emergencial), motivou o pedido da Prefeitura de Foz do Iguaçu à Câmara Municipal de Vereadores para suplementar R$ 4,350 milhões ao Orçamento Geral do Município, para cobrir o déficit da operação do sistema de transporte.
A solicitação da administração municipal tem como base as informações da operação dos ônibus, acompanhada diariamente pelas equipes do Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu – Foztrans. Em relação ao número de passageiros, por exemplo, no primeiro mês de operação da Viação Santa Clara, contratada emergencialmente, foram transportados 726 mil passageiros, e atualmente a média está em 900 mil por mês.
Com a ampliação de linhas e a adição de veículos extras em outras, a quilometragem rodada passou de 440 mil km no primeiro mês de operação para 500 mil km rodados mensalmente. “Esse recurso extra que está sendo solicitado é referente ao déficit entre a diferença do valor pago pela quilometragem rodada à empresa e a receita da tarifa paga pelo usuário, custeado pela administração municipal”, explica o diretor presidente do Foztrans, Licério Santos.
Enquanto o valor da tarifa é de R$ 5 por passageiro (sendo R$ 4,50 para pagamento no cartão e R$ 2,50 para estudantes), o valor pago pelo Município por km rodado é de R$ 7,93 para veículos com ar condicionado e R$ 7,41 para os ônibus sem ar condicionado.
“Além disso, somos um dos poucos municípios que têm isenção para pessoas acima de 60 anos, geralmente esse benefício só é a partir dos 65 anos. Mantivemos essa isenção e também a meia tarifa para os estudantes, que são grande parte da demanda do nosso sistema”, ressalta Licério.
“Com a melhoria da operação do transporte, que estava precária e motivou o rompimento do contrato anterior, tivemos um aumento da demanda de passageiros e, além disso, um alto custo com o combustível. Por isso, a necessidade dessa suplementação”, defende o diretor superintendente do Foztrans.
“Seguiremos trabalhando para que o cidadão tenha um transporte digno e que atenda às suas reais necessidades, ouvindo e dando respostas às solicitações. Temos prezado por estreitar nossas relações com os usuários”, complementa.
Junto ao projeto para a suplementação orçamentária para o custeio do transporte coletivo, também foi encaminhado à Câmara Municipal os cálculos e informações complementares do Relatório de Impacto Orçamentário e Financeiro.
Votação
Nesta segunda-feira (15), em sessão extraordinária da Câmara Municipal, foi lido parecer favorável das comissões referentes ao projeto. A proposta entra em discussão e votação na quarta-feira (17).