Dia 20 de outubro é a data escolhida pela cidade brasileira onde está a usina para homenagear os mais de 40 mil brasileiros e paraguaios que ajudaram a erguer a obra monumental
Eles deixaram para trás família, amigos, amores e tudo que conheciam para, numa terra distante, construir uma obra que garantiria energia a milhões de brasileiros durante décadas porvir. Conhecidos como “barrageiros”, os 40 mil trabalhadores, brasileiros e paraguaios, que trabalharam na construção da Itaipu Binacional, são homenageados em Foz do Iguaçu (PR) neste dia 20 de outubro.
A data foi escolhida, e estabelecida pela lei municipal n. 4210/14, porque no dia 20 de outubro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodiram as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso do Rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 km. Simbolicamente, o caminho estava preparado para o início das obras.
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Nesses anos de trabalho, foram necessárias as mais diversas atividades – de cozinheiro a engenheiro, passando por motorista e soldador. O nome “barrageiro” se aplica a todos que estiveram ali, erguendo a barragem.
Ao término da empreitada, muitos voltaram para suas origens, outros seguiram para novas jornadas (e novas barragens), mas milhares optaram por plantar seus alicerces em Foz do Iguaçu. E aqui ficaram, criando raízes e semeando gerações de filhos e netos orgulhosos por serem cidadãos iguaçuenses.
Alguns barrageiros trabalham, hoje, no Complexo Turístico Itaipu, onde compartilham histórias de um tempo totalmente diferente de tudo que vemos na atualidade. Tratores e escavadeiras gigantes, o vaivém dos caminhões, o calor quase insuportável do canteiro de obras, o barco sugado pelas águas recém-libertas do rio logo após o desvio… Relatos que impressionam quase tanto quanto a própria usina.
A geração mais nova, que hoje vê o resultado de tanto trabalho, ouve e agradece a todos esses heróis que ousaram enfrentar o desconhecido para construir essa gigante chamada Itaipu.
Boa tarde. Não concordo muito com o termo barrageiro, pois ele é indicado pela história oficial para romantizar o período da construção, trazendo todos como iguais. Este tratamento genérico tende a mascarar os sofrimentos físicos e psicólogicos pelos quais passaram os trabalhadores.