Resistência dos moradores e dificuldade de acesso a condomínios prejudicam a coleta de dados; IBGE e Prefeitura fazem apelo para que moradores respondam ao questionário
A coleta de dados para o Censo 2022 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) seguirá até o dia 31 de janeiro de 2023 em Foz do Iguaçu. O prazo final foi prorrogado devido às dificuldades enfrentadas pelos recenseadores do IBGE, como a resistência dos moradores e o acesso a prédios e condomínios.
Nesta terça-feira (17), o coordenador de área do IBGE, Alex Castagnaro, esteve na Prefeitura de Foz do Iguaçu para apresentar os dados do Censo e reiterar a importância de os moradores responderem ao questionário. De acordo com ele, os recenseadores não encontraram pessoas em 5.791 casas.
Veja também
- Receita Federal realiza audiência pública para tratar da construção de novo porto seco em Foz do Iguaçu
- Portal publica guia rápido para aproveitar melhor a experiência em Foz do Iguaçu
“Um recenseador volta à residência quantas vezes for preciso, mas às vezes não encontra ninguém, ou o morador não quer responder, e temos ainda dificuldades em condomínios, quando nem os síndicos permitem a entrada dos recenseadores”, informou.
O Censo Demográfico apontou um aumento de quase 10% na população de Foz do Iguaçu, passando de 262.563 habitantes em 2010 para 286.323 em 2022, o que corresponde a mais de 23 mil pessoas.
Segundo o IBGE, são 116.115 domicílios cadastrados no município e uma média de 2,86 moradores por residência. Estes números já foram enviados ao TCU (Tribunal de Contas da União).
“A população de Foz já é definitiva (286.323), mas ainda estamos buscando refinar os dados para as projeções futuras, por isso vamos até as 5.791 casas onde os moradores ainda não responderam o questionário. Esses dados coletados agora, em janeiro, serão usados para o cálculo da população de 2023, a ser divulgada em agosto deste ano”, explicou Castagnaro.
Atrasos
O Censo Demográfico começou em agosto do ano passado e deveria ser concluído em 31 de outubro, mas enfrentou uma série de dificuldades, detalhadas pelo coordenador e a equipe do IBGE.
“Além da rejeição dos moradores, com o receio no fornecimento de dados, o Censo enfrentou muitas dificuldades, especialmente por ser realizado em ano eleitoral. Esse é um pedido nosso, para que o próximo Censo não seja em ano de eleição”, informou Alex.
A baixa remuneração dos recenseadores e a alta rotatividade destes profissionais; a dificuldade de acesso a prédios, condomínios e áreas rurais; o impedimento de realizar campanhas por conta do período eleitoral, entre outros fatores – especialmente envolvendo recursos para o Censo – impediram o avanço no levantamento de dados pelo IBGE.
Arrecadação
O secretário de Transparência e Governança, Leandro Ricardino Correa, lembrou que os dados do Censo são instrumentos essenciais para subsidiar políticas, orientar o planejamento, a aplicação e distribuição de recursos. “Os indicadores socioeconômicos, educacionais, de saúde e outros, que traçam o perfil da nossa população, ajudam o município a construir e planejar políticas públicas que garantam a qualidade de vida dos moradores”, comentou.
Caso o morador não tenha respondido o questionário, a orientação é verificar se alguém da residência respondeu. Se ninguém respondeu, é possível ligar no 137 e responder o questionário. A ligação é gratuita, todos os dias, das 8h às 21h30.