No dia 12 de julho é realizado o Dia do Engenheiro Florestal e, em 2025, um dado ganha um significado especial com a comemoração dos 65 anos da criação do curso de Engenharia Florestal no Brasil. Diante disso, o deputado Ney Leprevost (União) promoveu, na noite desta terça-feira (8), no Plenário da Assembleia,sessão solene em homenagem à profissão que auxilia na preservação e no uso sustentável dos recursos florestais.
“Esses profissionais são fundamentais para o desenvolvimento sustentável, para a preservação das florestas, dos rios e para que o crescimento possa gerar prosperidade, mas sem destruir o meio ambiente”, afirmou o deputado. Ele também destacou que a atuação dos engenheiros florestais vai desde a orientação técnica de empresas e produções rurais até o planejamento e a execução de ações que conciliam a produtividade com a conservação ambiental. “São eles que orientam os agricultores e empresas a trabalharem de forma correta, aumentando a produtividade, mas preservando a ecologia local. Isso é essencial para manter puro o ar que respiramos e proteger o planeta diante dos desafios climáticos, que estão cada vez mais intensos”, completou.
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A presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), engenheira florestal Lella Regina Curt Bettega, relembrou a história da profissão no estado. “Em 1963, o Paraná iniciou um incêndio florestal de grandes proporções. Como resposta a essa tragédia, o curso de Engenharia Florestal, que havia sido criado em Minas Gerais por decreto do presidente Juscelino Kubitschek, foi transferido para o nosso estado durante o governo Ney Braga.”
Essa mudança, segundo ela, foi fundamental para estruturar a base técnica e científica que alavancou o setor florestal paranaense. Mas, apesar das conquistas, o desafio atual é a queda no interesse dos jovens pelas engenharias. Por isso, para ela, a valorização da profissão também passa pela aproximação com o Legislativo.
“A presença dos engenheiros florestais na Assembleia é fundamental. Comemorar os 65 anos da Engenharia Florestal com essa agenda parlamentar é uma forma de garantir que os profissionais estejam inseridos no debate sobre políticas públicas, ajudando a construir um futuro mais sustentável.”
Parceria fundamental
“Em um momento em que temas como sustentabilidade, carbono, madeira engenheirada e preservação ambiental ganham cada vez mais espaço no debate público, a Engenharia Florestal se destaca como uma profissão essencial para a sociedade”, avaliou o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), engenheiro agrônomo Clodomir Ascari.
Ele também ressaltou a importância da aproximação entre os conselhos profissionais e o Poder Legislativo.
“Essa conexão fortalece a elaboração de políticas públicas mais eficazes, com base em evidências e conhecimentos técnicos”, disse, ao pontuar que há uma agenda parlamentar que envolve os municípios, câmaras municipais e a Assembleia Legislativa. “Aqui, contamos com a Frente Parlamentar das Engenharias, Agronomia e Geociências, que aproxima os legisladores dos profissionais e dos saberes técnicos.”
Para o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (Ceef) do Crea-PR, o engenheiro florestal Eleandro José Brun, o encontro reforçou o papel estratégico da categoria no uso sustentável dos recursos naturais e no apoio à formulação de políticas públicas.
“O engenheiro florestal tem atuação direta no manejo dos recursos naturais, no reflorestamento, nas indústrias de base florestal, na arborização urbana, nas florestas urbanas e em muitos outros setores. É uma profissão essencial para o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou. Ele destacou que o reconhecimento institucional da profissão, como o fornecido pela Assembleia, é fundamental para que os profissionais sejam valorizados e possam prestar serviços cada vez mais construídos à sociedade.
“A parceria com a Assembleia Legislativa e com os demais poderes é estratégica. Estar presente, dialogando com os legisladores e com o governo, é uma forma de garantir que nossas contribuições técnicas ajudem a moldar políticas públicas mais eficientes e sustentáveis”, completou.
A Câmara Especializada de Engenharia Florestal, órgão vinculado ao Crea-PR, foi instalada em janeiro de 2024 e, desde então, tem atuado para fortalecer a profissão no estado. A instância permite decisões técnicas e representativas específicas da área florestal, ampliando o espaço de escuta e deliberação dentro do Sistema Confea/Crea. Para o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), engenheiro eletricista Nelson Luiz Gomez, a “profissão ajuda a levar qualidade de vida para todas as pessoas que vivem e trabalham no mundo”.
Ao final do evento, foram entregues menções honrosas com votos de felicitações em “reconhecimento à valorosa missão de proteger, manejar e conservar os recursos florestais; contribuindo para a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental; e por ocasião do Dia do Engenheiro Florestal” aos presidentes das associações de engenharia florestais, profissionais e universidades.
Início e dados
A Engenharia Florestal no Brasil teve início com a transferência da Escola Nacional de Florestas de Viçosa (MG) para Curitiba (PR), onde passou a integrar a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1963. Desde então, o curso é oferecido por diversas universidades, ampliando a atuação dos engenheiros florestais no país. Em 1965, a profissão foi regulamentada pela Lei nº 4.643, consolidando a importância da Engenharia Florestal no Brasil.
A legislação aplicável às atribuições dos engenheiros florestais foi definida pelo então Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (hoje, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea). Esses profissionais atuam no manejo de florestas, produção de madeira, celulose, carvão e energia renovável, além de contribuirrem com políticas públicas e o desenvolvimento sustentável.
De acordo com o Sistema Confea/Crea, o Brasil conta atualmente com mais de 10 mil engenheiros florestais registrados, atuando em setores que vão desde o agronegócio até a conservação da biodiversidade. Porém, há mais de 13 mil engenheiros florestais formados no país, mas nem todos possuem registro nos conselhos regionais ou exercem a profissão. O setor florestal brasileiro movimenta aproximadamente R$ 260 bilhões por ano e representa 1,3% do PIB. Além disso, o setor gera mais de 800 mil empregos formais, com destaque para a produção de móveis, estruturas e artefatos de madeira, segundo dados do Serviço Florestal Brasileiro.
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