Em Tacen, na Eslovênia, Ana Sátila e Pepê ganharam os primeiros ouros no C1 Feminino e K1 Extremo Masculino e, ainda, o primeiro pódio no K1 Masculino da canoagem slalom brasileira – que tem o apoio da Itaipu Binacional.
O fim de semana foi histórico para a canoagem slalom brasileira, com a conquista de três medalhas inéditas em etapas de Copa do Mundo. Neste domingo (18), em Tacen, na Eslovênia, Ana Sátila ganhou ouro no C1 (canoa individual) e, no sábado (17), Pedro Gonçalves, o Pepê, obteve bronze no K1 (caiaque individual) e ouro no K1 Extremo. Foram os primeiros ouros no C1 Feminino e K1 Extremo Masculino e, também, o primeiro pódio no K1 Masculino da canoagem slalom brasileira – que tem o apoio da Itaipu Binacional.
A vitória no C1 veio com o tempo de 93.64 segundos, 1.73 segundos à frente da segunda colocada, a francesa Lucie Prioux, que ficou com a prata. A terceira posição foi para a norte-americana Evy Leibfarth. “Sair daqui com uma medalha de ouro é muito importante para mim”, afirma a canoísta. “No sábado, as medalhas do Pepê também me inspiraram a conquistar a de hoje.”
Foi a quinta medalha de Ana em etapas de Copas do Mundo. Além do ouro deste domingo, ela já havia conquistado duas medalhas de prata no K1 e dois bronzes pelo C1. Com apenas 16 anos Ana foi a mais jovem atleta da delegação brasileira nos Jogos de Londres-2012 e tem no currículo os títulos de campeã mundial júnior em 2014 e vice-campeã mundial sub-23 em 2015.
Mineira de nascimento (Iturama-MG), com poucos anos de idade Ana Sátila foi morar em Primavera do Leste, no Mato Grosso, onde conheceu a canoagem. Em 2012 mudou-se para Foz do Iguaçu – um dos principais polos de treinamento da canoagem slalom no Brasil – e passou a treinar no Canal Itaipu, dentro da usina de Itaipu. A Itaipu Binacional é uma das entidades apoiadoras da canoagem brasileira e patrocina o Projeto Meninos do Lago, voltado ao ensino da modalidade esportiva a jovens matriculados em escolas públicas de Foz.
De Tacen para a história
No K1 Masculino, modalidade que disputará nos Jogos Olímpicos Tóquio 2021, Pepê fez a descida mais rápida da prova. Um toque na penúltima baliza, porém, acresceu 2 segundos no seu tempo, o que o levou ao terceiro lugar (bronze). O ouro ficou com sueco Isak Ohrstrom e a prata, com o esloveno Peter Kauzer.
Já pelo K1 Extremo, prova de disputa remada a remada com quatro atletas na água, Pepê terminou em primeiro. Martin Stanovky, do Cazaquistão, ganhou a prata, e Tren Long, dos Estados Unidos, o bronze.
Atleta da Seleção Permanente de Canoagem Slalom, Pepê chegou a Foz do Iguaçu aos 16 anos, para treinar junto com os jovens canoístas do Projeto Meninos do Lago, da Itaipu. Depois, já na seleção, Pepê continuou treinando no Canal Itaipu.
Além de Pepê e Ana Sátila, Felipe Borges e Mathieu Desnos também representaram o Brasil no evento. Borges ficou em 12º lugar no C1 e Mathieu Desnos foi o 17º colocado no K1.
“Os atletas da canoagem slalom estão de parabéns”, ressalta o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini. “Trabalhamos muito com o Comitê Olímpico do Brasil para garantir a ida deles para a Europa e também para manter os treinamentos. São etapas vencidas que, somadas, garantem esses resultados históricos.”
Missão Europa
Há quase um mês na Europa, os atletas da canoagem slalom brasileira estão com mais uma competição na agenda: a etapa da Copa do Mundo em Pau, na França, de 6 a 8 de novembro. Eles integram o Time Brasil na Missão Europa, do COB, que levou atletas de diversas modalidades para treinar e competir na Europa.
“A Missão Europa tem um objetivo claro: permitir que o atleta brasileiro consiga treinar com segurança e qualidade após longa inatividade, oferecendo a eles a melhor estrutura possível. E tudo isso respeitando os protocolos de saúde que o momento exige, com o suporte incondicional das equipes de apoio do COB e das confederações”, diz o vice-presidente do COB, Marco La Porta.
Com informações da Confederação Brasileira de Canoagem.
Crédito Bence Vekassy/PlanetCanoe