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Com demora em fila, 46% de brasileiros e paraguaios “desistem” de Puerto Iguazú

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Com tempo médio de espera acima de uma hora para cruzar a fronteira da Argentina, ao menos 46% dos brasileiros e paraguaios simplesmente “desistem” de ir à Puerto Iguazú para comprar alimentos e bebidas ou fazer turismo. A afirmação tem como base uma pesquisa realizada pela Câmara de Comércio do município vizinho, que é unido à Foz do Iguaçu pela Ponte Internacional Tancredo Neves. Pelo menos 27% dos participantes dizem que demoram mais de duas horas para o trâmite.

Na pesquisa, no mês de julho, foram entrevistados moradores da fronteira que responderam a um questionário online e de forma presencial na Ponte Tancredo Neves. Em média, no período, foram recebidas 300 respostas diárias online e aproximadamente 160 por dia na fila. Dos que responderam, 78% são brasileiros de Foz do Iguaçu e outros estados e 22% moradores de Ciudad del Este e municípios próximos à fronteira.

Na pesquisa, 89% informaram que vão à Puerto Iguazú de veículo particular, 6% de transporte de turismo, 3% de táxis ou remises e 2% com outro meio de transporte. Pelo menos 46% responderam que deixam de ir a Puerto Iguazú devido a demora nas filas, 22% disse que vai mais de uma vez, 17% ao menos uma vez e 16% menos de uma vez por mês. 46% dos entrevistados disse que demora mais de uma hora para cruzar a fronteira, 27% mais de duas horas e 20% entre meia hora e uma hora

Prateleira

O levantamento revela também quanto cada um gasta em média quando vai ao município vizinho. Neste item, 58% disseram gastar entre US$ 50 e US$ 200, 31% entre US$ 200 a US$ 50 e 11% acima de US$ 500. Os produtos e serviços mais buscados do outro lado da fronteira são alimentos e bebidas (32% dos entrevistados), 28% vão devido a gastronomia, 16% a turismo, 12% atrás de combustível e os demais nas farmácias, hotelaria e medicina privada.

Para 49% dos entrevistados, a demora para ingresso no país vizinho acaba influenciando às vezes, 27% não atrapalha e 24% dizem sim, que isto afeta suas compras. Os entrevistadores também perguntaram de que forma a demora para cruzar a migração afeta os projetos na cidade vizinha. Muitos informaram que, em função disto, preferem fazer as compras no Duty Free, que não precisa cruzar a aduana, “antes de comprar em Puerto Iguazú”.

A economia da Argentina, que passa por uma crise sem precedentes, é um dos principais fatores de atração para quem vai a Puerto Iguazú. A maioria dos entrevistados disse que vai ao menos três vezes por mês, “quando a fila permite”, porém, se a fila está grande desistem e retornam.

Eles informaram também que, nos meses de turismo ou de fim de semana com feriado prolongado, não vão para Puerto Iguazú. Muitos informaram que deixam de levar turistas (parentes ou amigos), devido a esta demora no trâmite da migração. “Também não recomendo as pessoas que estão de turismo em Foz.

Não levo minha família e amigos a Puerto Iguazú”, respondeu um dos participantes. Esta demora na migração pode afetar a comunicação livre como uma região trinacional deveria ser, afirma. “Economicamente afeta a Puerto (Iguazú) e diretamente o turismo do Brasil e Paraguai, não podendo se concretizar o que deveria ser uma região trinacional”, afirmam.

Alternativas

Os entrevistados na pesquisa também responderam de que forma seria possível encontrar uma solução para a demora no trânsito fronteiriço. Para muitos, o ideal seria ter uma fila mais ágil. “A melhor solução seria abrir o acesso como a aduana Brasil/Paraguai, já que somos países de fronteira”, informou um dos entrevistados.

Segundo ele, Puerto Iguazú deixa de arrecadar dinheiro com essa “burocracia ultrapassada. Creio que não serve este controle migratório”, disse. Entre as propostas algumas merecem uma análise mais detalhada. É a que sugere instalar as aduanas nos próximos municípios.

“E deixar livre a passagem entre os três municípios – Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e Ciudad del Este”, ressaltou. Também foi sugerido que as pessoas que forem até Puerto Iguazú façam o registro pela internet, “e o agente só confirma os dados, creio que isso iria facilitar a entrada”, anotou o entrevistado.

Também foi sugerido alguma identificação fronteiriça, que não necessite de o funcionário escrever todos os dados dos turistas ou moradores da região. “Automatizando a passagem, com um QR code em cada documento”, frisou.

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