Data histórica: Há 38 anos começava a formação do reservatório da usina de Itaipu Binacional

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Operação Mymba-Kuera resgatou milhares de animais durante a formação do reservatório (Foto: JIE)

As 5h45m do dia 13 de outubro de 1982 foram fechadas as 13 comportas do canal de desvio da usina de Itaipu. A partir desta data começava a formação do reservatório de Itaipu no trecho entre Foz do Iguaçu a Guaíra, com uma área de 1.350 km2, sendo 770 km2 no lado brasileiro e 580 km2 no lado paraguaio.

A previsão inicial para o enchimento total do reservatório era de 90 dias. Mas a ocorrência de chuvas fortes e contínuas – a maior enchente em 40 anos – levaram a operação a ser concluída em apenas 14 dias.

Em toda a extensão formaram-se 66 pequenas ilhas, sendo 44 no lado brasileiro e 22 no lado paraguaio. Também foi sepultada uma das mais belas maravilhas naturais do país, as Sete Quedas, localizadas em Guaíra.

Enquanto a população de Guaíra lamentava o fim das Sete Quedas e o final de uma grande atividade turística, os moradores de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Franco, à jusante da barragem, viram o rio esvaziar em uma ocorrência nunca antes registrada.

Pedras enormes, pedaços de barcos afundados e muito lixo surgiram ao longo do leito quase vazio do rio Paraná. Grande número de iguaçuenses desceram às margens para ver a grande novidade.

Operação pega bicho

Com o lago em formação foi necessário um  grande trabalho de resgate para salvaguardar animais silvestres da fauna da região que seriam mortos com o represamento do rio Paraná.

Itaipu montou então a operação Mymba-Kuera, expressão que, em guarani, significa “pega bicho”. Foram resgatados milhares de animais, mas a operação acabou prejudicada porque foi planejada para 90 dias e teve de acabar em apenas 14.

Segundo a Itaipu, foram salvos mais de 23 mil animais. Nos anos seguintes, quando o nível das águas no reservatório começou a se estabilizar, a Itaipu iniciou o trabalho de reflorestamento e recuperação da mata ciliar, seriamente devastada por uma política agrícola agressiva do passado.

“De lá pra cá, foram 44 milhões de árvores plantadas em terras brasileiras e paraguaias. Nos dias atuais, isso já configura 110 mil hectares de florestas com espécies nativas. Os mais de 1.300 quilômetros que formam a área que circunda o lago estão cobertos por, em média, 200 metros de mata ciliar”, diz um artigo na página da Diretoria de Coordenação.

“A biodiversidade passou a ser preservada com pesquisa e por corredores que permitem a dispersão dos genes da flora e fauna. Além disso, oito reservas e refúgios biológicos são mantidos no Brasil e no Paraguai, que juntos somam mais de 41 mil hectares de mata protegida”, acrescenta o artigo.

O atlas dos remanescentes florestais da mata atlântica produzido pela SOS Mata Atlântica informou, recentemente, que o Paraná foi o estado que mais contribuiu para a restauração desse tipo de mata no país, com 75.612 hectares. Quase 30% dessa área correspondem às ações da Itaipu.

Por: GDia

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