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Demolição de condomínio popular pode deixar desabrigados em Foz do Iguaçu

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De acordo com laudo da Defesa Civil, 17 blocos que abrigam 136 famílias, correm risco de desmoronar

A demolição do Condomínio Habitacional Duque de Caxias, programada para 1º de março, poderá deixar várias famílias desabrigadas em Foz do Iguaçu. Isto por que muitos não conseguiram manter os contratos em dia e a Caixa assinalou que só irá garantir auxílio-moradia aqueles que estão com o pagamento das prestações atualizados. A construção demandou investimento de R$ 6 milhões.

A sequência de apartamentos do condomínio popular, entregues em outubro 2012, corre risco de desabamento, de acordo com a Defesa Civil de Foz do Iguaçu. Ao todo, são 17 blocos que abrigam 136 famílias de baixa renda. Muitas relataram que, a partir do momento que se mudaram para o local, começaram a perceber o surgimento de rachaduras nas paredes. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.

Segundo elas, o acabamento de má qualidade, já apresentava problemas desde o início. À imprensa, a Defesa Civil afirmou ter recebido o laudo que aponta o risco de desabamento na terça-feira, 19 de fevereiro. A Caixa, que é responsável pelo condomínio, afirma que tinha um estudo apontando os problemas há quase dois anos.

Reunião
A demolição dos blocos do condomínio deverá ser discutida nesta segunda-feira (25), em uma reunião a ser agendada pelo vice-prefeito Nilton Bobato, contou o advogado Almir Santos (foto abaixo), que representa os moradores. “Ainda não temos o horário definido, mas a reunião deverá ter a presença da direção da Caixa e os advogados, para verificar qual a melhor solução”, disse.

“A intenção, é atender o interesse dos moradores”, reforçou Santos. De acordo com ele, a Caixa só quer indenizar, com o auxílio-moradia, aquelas pessoas que estão em dia com o contrato. “Só que cabe ressaltar que existe uma grande parte ali, de pessoas que não estão nestas condições e elas precisam de um amparo da mesma forma que estabelece a Constituição”, afirmou.

Os moradores, adiantou o advogado, entendem a necessidade de demolição, querem apenas o amparo legal e que os novos imóveis sejam construídos no mesmo local. “A intenção dos moradores é que as casas ou apartamentos sejam construídos lá. Até porque já estão estabelecimentos ali há bastante tempo, quase seis anos”, frisou.

“Se houve algum erro, não foi por causa deles, foi da fiscalização, ou seja, da Prefeitura e também da Caixa, que é responsável”, ressaltou Santos. Que completou: “Estas pessoas não podem ficar sem moradia, sem ser indenizadas. O importante é que elas tenham garantido um auxílio. O que podem é ficarem desamparadas, já que é um direito deles”.

Outro lado
Em nota, a Caixa informou que depois de receber o laudo, feito pela empresa MMC Projetos e Consultoria, enviou um especialista e profissionais do banco para colher mais informações e ter uma conclusão mais próxima da realidade. A construção dos blocos foi financiada pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Cada família, ainda segundo o banco, paga de R$ 25 a R$ 80 por mês pelos imóveis recebidos. Os moradores terão de deixar suas casas até o dia 28 de fevereiro, informa a Defesa Civil. Segundo a Caixa, todos deverão receber R$ 880 de aluguel social até que o caso seja resolvido.

A executora da obra, a Construtora Loibrás, foi incluída em um cadastro e está impedida de contratar com recursos públicos por conta dos problemas, mas adiantou que irá recorrer à Justiça. A Caixa, por sua vez, garantiu que o banco estuda alternativas para realocar os moradores definitivamente para outro conjunto habitacional.

“A Caixa ressalta que está em contato contínuo com as famílias para esclarecimento e orientação quanto aos procedimentos que serão adotados dentro do prazo estabelecido. Até que a situação seja resolvida, a Caixa vai pagar aluguel social e auxílio mudança às famílias”, disse o banco, em nota à imprensa.

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