Política e sociedade

Deu Match no Paraíso

Conheça o Tinder de Jesus, aplicativo para arranjar namorado que também crê em Deus
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Imagem: Diário de Foz/Meta AI

O padre Geraldo estava perplexo. Durante anos, organizara encontros para jovens solteiros na paróquia – festivais de quermesse, retiros espirituais e até uma Noite do Pastel, onde o amor florescia entre uma mordida e outra no recheio de palmito. Mas ultimamente, o salão da igreja andava mais vazio que promessa de político.

Foi então que Dona Lourdes, a beata mais antenada da comunidade, revelou o mistério.

— Padre, os jovens agora tão é no Tinder de Jesus!

— Como é que é, Dona Lourdes?

— Isso mesmo. Agora tem aplicativo pra arranjar namorado que também crê em Deus. Chama “Deus Une” ou “Amém Date”, sei lá… Eu vi minha sobrinha usando! O perfil dela tinha até um versículo favorito e um filtro pra escolher só moço temente ao Senhor.

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O padre coçou a cabeça. Sempre ouvira dizer que Deus escreve certo por linhas tortas, mas nunca imaginara que essas linhas fossem um código de programação.

Curioso, resolveu investigar. E lá estava: um aplicativo com design discreto, tons pastel e uma fonte que parecia saída de um hinário antigo. O slogan? “Juntando almas, não corpos.”

No cadastro, perguntas como:

• Você aceita namorar alguém de outra denominação? ( ) Sim ( ) Não ( ) Só se for do mesmo coral.

• Qual sua passagem bíblica favorita para momentos difíceis?

• O que mais te atrai em alguém?

( ) Temor a Deus

( ) Conhecimento de Levítico

( ) Faz um bolo de cenoura bom sem precisar de milagre

E o grande dilema da geração fiel: sexo antes do casamento?

( ) Jamais!

( ) Só depois do noivado e com bênção pastoral.

( ) Que pergunta difícil… posso orar e responder depois?

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As opções eram infinitas. Tinha gente citando Santo Agostinho, outros tirando selfies segurando a Bíblia na praia (porque Jesus caminhou sobre as águas, então tava valendo), e até um rapaz que descrevia seu sonho de vida como “abrir uma cafeteria cristã chamada Expresso da Salvação”.

Foi então que o padre encontrou um perfil curioso. Jovem, devoto, olhar sereno e uma bio inspiradora:

“Buscando minha costela perdida.”

Curioso, ele deslizou o dedo para cima e revelou o nome do usuário. Era o sacristão da paróquia.

E foi assim que o padre Geraldo percebeu que a modernidade chegara à igreja. Talvez não fosse o fim dos encontros na quermesse, mas uma nova forma de evangelização romântica. Porque no fim, Deus pode até unir os caminhos, mas hoje em dia, parece que Ele conta com um algoritmo para dar uma ajudinha.

Amém, Match!

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