Foz do Iguaçu vive, nos últimos anos, um ciclo de desenvolvimento econômico e social vigoroso, reiterou nesta quarta-feira (18) o secretário da Transparência e Governança, Nilton Bobato, ao analisar os indicadores de órgãos de acompanhamento de indicadores dos municípios do Paraná. “E, diga-se que enfrentamos dois anos de pandemia em que todos os indicadores econômicos e sociais de todas as cidades foram puxados para baixo”, ressaltou.
Segundo o secretário, os próprios números do IPDM (índice Ipardes de desenvolvimento municipal), objeto de pesquisa recente, apontam que, em dez anos, Foz do Iguaçu saiu do 0,6503 para 0,7686. “Trata-se de um indicador de médio desempenho, mas que mostra um salto qualitativo com avanços acentuados nas áreas de mobilidade urbana, educação, esporte e lazer”, completou Nilton Bobato.
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Foz do Iguaçu tem assimetrias exclusivas em relação a uma cidade de grande porte no estado. “Caminhamos célere para ser um entroncamento do Mercosul, mas não somos um entroncamento estadual como Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, que são cidades conurbadas que potencializam o desenvolvimento. Somos uma cidade fronteiriça, ponta de uma série de destinos, tem o impacto em vários serviços públicos, principalmente o de saúde, e que tem a informalidade, que é histórica, em parte da sua economia como sua principal característica”, afirmou.
Educação
Mesmo com essas condições adversas, diz ainda Bobato, a cidade cresceu em vários setores acima da média estadual e nacional. “Na educação infantil, por exemplo, 6.209 crianças estavam nas creches em 2016 e hoje são 9.218, um aumento de três mil vagas. A meta é chegar a equivalência de uma creche por escola em Foz do Iguaçu. São 50 escolas municipais e 42 centros de educação infantil”.
Bobato aponta ainda outro dado positivo de Foz do Iguaçu na educação. A nota 6,7 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), medido pelo Ministério da Educação, é o melhor resultado do Paraná entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, a frente de Curitiba (6,0), Maringá (6,5), Londrina (6,4), Ponta Grossa (6,2) e Cascavel (6,3).
Na saúde, Bobato destaca um estudo do Conselho Federal de Medicina que aponta os gargalos da saúde pública nas cidades fronteiriças no Brasil. “O caso de Foz do Iguaçu é bom exemplo. O custeio do hospital municipal está na ordem de R$ 84 milhões, recursos da prefeitura, enquanto cidades como Cascavel e Toledo, só para citar a região oeste, têm hospitais regionais que são administrados pelo Estado”, disse.
“Com os R$ 84 milhões por ano, o Município pode investir no atendimento da saúde pública da cidade, Esse é o nosso principal gargalo”, disse.
Economia
O secretário citou os dados do IBGE, que colocam Foz do Iguaçu na 59ª posição do ranking nacional do PIB entre os 5.568 municípios brasileiros. Entre 2019 e 2020, a cidade subiu sete posições, com PIB passando de de R$ 15,7 bilhões para R$ 17,8 bilhões, a sexta maior economia do Paraná à frente de Ponta Grossa (62ª posição nacional), Cascavel (80ª), Paranaguá (97ª), Guarapuava (159ª) e Colombo (227ª).
“Foz do Iguaçu é a maior economia entre as 57 cidades da região oeste”, diz Bobato, que defende ainda o crescimento da renda dos trabalhadores, um desafio para reduzir as desigualdades enfrentadas na cidade. “Temos ainda, principalmente em função do Paraguai, um alto índice de informalidade na economia que não entra nas estatísticas, por isso esse dado de 25% de PEA (população economicamente ativa) nos últimos 20 anos”.
Além disso, segundo Bobato, a Receita Federal tem o registro de mais de 30 mil MEIs (microempreendedores individuais), o que eleva o PEA para 35%. “Isso também não foi levado em conta em estudo recentemente apresentado”. “Não somos contra qualquer tipo de estudo desde que bem embasado. No mesmo dia que o estudo foi divulgado, a cidade recebia um anúncio de R$ 600 milhões em investimentos. Foz está para cima e não para baixo”, completa.