Autorização de serviço foi assinada nesta segunda-feira (29), no campus da UEMS em Mundo Novo. Investimento será importante para monitorar a qualidade da água do reservatório
A Itaipu Binacional vai investir R$ 5.097.946,22 para a construção de um laboratório de fertilidade de solo e de um herbário na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). A autorização para o início das obras foi assinada nesta segunda-feira (29), no campus de Mundo Novo (MS), município lindeiro ao Lago de Itaipu. Participaram da cerimônia o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, o prefeito Valdomiro Sobrinho e o reitor da UEMS, Laércio Alves de Carvalho.
Pela Itaipu, estavam presentes o assessor da Diretoria Geral, Aloisio Lamim, representando o diretor-geral brasileiro, general João Francisco Ferreira; o assistente Márcio Bortolini, representando o diretor de Coordenação, general Luiz Felipe Carbonell; e profissionais da empresa envolvidos no projeto.
O convênio foi celebrado em meados de 2020, com vigência de 36 meses. A UEMS vai investir mais R$ 2.775.668,12 na parceria, totalizando um investimento de mais de R$ 7,8 milhões. Além dos dois prédios e equipamentos, o convênio prevê o desenvolvimento de uma série de capacitações e projetos socioambientais e técnico-científicos na região Cone-Sul – alguns já estão em andamento.
“Este novo laboratório será importante para a UEMS e para o Estado, pois vai tratar do solo e da água. Temos que ressaltar ainda esta parceria com a Itaipu, como na recuperação do Rio Iguatemi, assoreamento, replantio das matas ciliares, diminuição das erosões, além da rota bioceânica, que vai dar ordem de serviço para construção da ponte sobre o Rio Paraguai”, relacionou o governador, citando a nova ligação entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta, no Paraguai, que será construída com recursos da binacional.
O superintendente de Gestão Ambiental (MA.CD), Ariel Scheffer da Silva, observou que o solo da região de Mundo Novo tem características próprias, de perfil arenoso e alto potencial erosivo. Isso pode favorecer o aporte de sedimentos nos rios que abastecem o reservatório de Itaipu.
“Sedimentos arenosos são os de maior risco para o reservatório”, disse. “Permanecem no fundo do lago e os atuais mecanismos de limpeza – como a dragagem – são caros e de baixa efetividade. Por isso, Itaipu tem interesse em atuar com ações preventivas, para reduzir os danos ambientais provocados pelo assoreamento e elevar a vida útil do reservatório.”
O laboratório também vai permitir que produtores rurais da região, especialmente os pequenos, tenham acesso facilitado e de baixo custo a análises de solo para identificação de sedimentos como metais pesados e moléculas químicas poluentes. Desta forma, terão um melhor diagnóstico das áreas cultivadas e, consequentemente, poderão fazer uso racional de corretivos e fertilizantes.
“As recomendações de manejo baseadas em análises de solo potencializam a exploração agropecuária sustentável, evitando o surgimento de processos erosivos que contribuiriam para o assoreamento do reservatório”, reforçou o gerente da Divisão de Ação Ambiental (MAPA.CD) de Itaipu, Sergio Angheben.
O herbário será importante para as pesquisas e poderá documentar e armazenar exemplares da flora do Refúgio Maracaju, que pertence à Itaipu e está localizado entre os municípios de Mundo Novo e Salto del Guairá (Paraguai).
De acordo com os projetos, o laboratório de análise de solo terá uma área de 332,35 metros quadrados e contará com equipamentos de última geração; o herbário terá 149,5 metros quadrados. A expectativa é que as obras sejam concluídas até agosto de 2023.
Curso de Agronomia
Sergio Angheben disse que a construção do novo laboratório e do herbário contribuiu para a aprovação do curso de graduação em Agronomia na UEMS, que também foi anunciado na cerimônia desta segunda-feira. As aulas devem começar já em 2022. “Esse é um fato muito importante. O solo daquela região tem características próprias e, recebendo formação na base, os novos profissionais estarão mais preparados para atuar no território”, disse.