A Justiça Federal confirmou para esta quinta-feira, 4 de abril, o júri de Jorge Guaranho, agente penal que matou a tiros o guarda municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, no mesmo local em que ele comemorava com familiares e amigos a chegada dos 50 anos de idade.
O crime foi praticado por motivações políticas, segundo o inquérito que apurou os fatos. Guaranho era militante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava em campanha contra o presidente Lula (PT), que era tema escolhido pela vítima para marcar a passagens de meio século de vida.
A confirmação da data do júri popular de Jorge Guaranho veio após um adiamento no ano passado. A família do guarda municipal Marcelo Arruda vive a expectativa de que o autor da morte do servidor seja julgado, informam os advogados que representam a família da vítima na ação.
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O autor do crime invadiu o local da festa porque descobriu que o tema da celebração era o presidente Lula, já que a vítima atuava como tesoureiro do Partido dos Trabalhadores no município.
As investigações apontaram que Guaranho teve acesso às imagens da câmera de segurança da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), na região da Vila A, por meio de um terceiro, durante uma festa de confraternização que participava próximo ao local.
Mesmo sem conhecer a vítima, o então agente penal federal foi até o local para insultá-lo. Ele invadiu a área privada aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e discutiu com a vítima.
Antes de deixar o local, quando estava acompanhado da esposa e um filho recém-nascido, Guaranho disse que voltaria e que iria “matar todos” que estavam na festa. Segundo testemunhas e registros das câmeras de monitoramento, o autor do crime retornou instantes depois, já armado, e atirou contra o aniversariante. Marcelo Arruda conseguiu reagir e também acertou o criminoso. Ambos foram socorridos, mas o petista não resistiu aos ferimentos.
O assassinato ocorreu em 10 de julho de 2022, recordam os advogados Andrea Godoy, Daniel Godoy e Paulo Henrique Zuchoski e a companheira da vítima, Pamela Silva. Ela e os filhos de Marcelo Arruda, um deles recém-nascido, esperam Justiça e condenação por pena máxima para o executor.
Repercussão
O caso ganhou repercussão nacional pela brutalidade e provocou debate sobre violência política causada pelo bolsonarismo, em função da campanha eleitoral realizada em outubro daquele ano.
Jorge Guaranho ficou um mês internado em hospital de Foz do Iguaçu, quando recebeu alta foi transferido para o complexo médico-penal de Pinhais, região metropolitana de Curitiba (RMC), onde aguarda julgamento.
O júri estava previsto inicialmente para o dia 7 de dezembro do ano passado, mas foi adiado porque a defesa do réu pediu mais tempo para juntada de provas. O ex-policial penal responde por homicídio doloso duplamente qualificado após denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça.
