Onda de arrombamentos pode levar a formação de ‘segurança paralela’ clandestina, afirma Abrabar

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Marginais se aproveitam do período noturno para arrombar e fazer limpa em bares, cafés e restaurantes de Curitiba (Foto: divulgação/SMCS)

Mais de 20 estabelecimentos de Curitiba foram alvo de vandalismo e roubos desde o início da pandemia do coronavírus

A onda de arrombamentos seguidos de furtos em bares, cafés, restaurantes e casas noturnas pode levar a formação de uma “segurança paralela” clandestina em Curitiba. O alerta é da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), chamando a atenção para o drama do setor, há 18 meses quase sem poder trabalhar e a mercê de marginais que aproveitam as falhas da segurança pública.

“Esta onda de arrombamentos, roubos de fiação, produtos e equipamentos, desde o início da pandemia em abril, maio do ano passado, começou de forma mais generalizada”, ressaltou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar. Todas as regiões de Curitiba estão sofrendo com este tipo de delinquência, e “até agora, 18 meses depois do início da pandemia, continuam acontecendo isso”, disse.

A Abrabar lembra que, só na última semana, dois estabelecimentos foram arrombados, vandalizados e roubados em Curitiba – Café Mafalda e Old’s Pub. “Apenas estas casas e locais vieram a público mostrar indignação e com repercussão na mídia. Infelizmente muitos comércios e residênciais não explanam a situação ao público em mídias sociais ou imprensa”, afirmou Aguayo.

Em ambas as situações registradas pela imprensa, os crimes foram praticados da mesma forma: os ladrões arrombam a porta de madrugada, roubam de geladeiras a torneiras, comidas, bebidas e destroem o que podem. Desde o início da pandemia, foram mais de duas dezenas que oficializaram estes delitos, estima a Abrabar. 

‘Enxugar gelo’
“Temos essa onda de roubos e arrombamentos e a gente só está vendo enxugar gelo por parte do poder público, especialmente das polícias”, diz. A entidade afirma estar ciente de que, muitas vezes a polícia prende os bandidos, mas logo a Justiça manda soltar.

Sem querer, isto acaba alimentando um poder paralelo como acontece no Rio de Janeiro e outros estados, onde empresários se organizam e contratam policiais aposentados e de folga que fazem bico, para conter essa onda de assaltos, de violência contra o patrimônio. “Tem muita gente oferecendo este tipo de serviço ou proteção onde estão ocorrendo os furtos e arrobamentos”, informa.

“Não duvido que aqui em Curitiba e região metropolitana isso vai acontecer”, ressalta Aguayo. Do jeito que está, o empresário está de saco cheio. Muitos fazem denúncias, alguns até cansaram de fazer B.O. (Boletim de Ocorrência) e não tem esse retorno. “Então, às vezes vão procurar justiça pelos meios deles, para dar um sacode nesses ‘nóias’, que usam até disfarces de carrinheiros, para levar quase tudo para alimentar seus vícios”.

“Só não levam as paredes porque estão fixas”, diz a Abrabar. O setor está indignado com a situação. Existem regiões de Curitiba que estão abandonadas. “Entendemos o esforço das forças policiais, mas tem que pegar os receptadores, porque esses caras (marginais), para fazer alguma coisa, é porque alguém compra”, concluiu Aguayo

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