Dizem que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa. Mas e quando a farsa já nasce com um nariz vermelho e um sapato gigante? O plano de envenenamento do presidente Lula, revelado na denúncia da PGR, é um dos capítulos mais pastelônicos da tentativa de golpe. Algo entre um roteiro ruim de espionagem dos anos 80 e um episódio descartado de Os Trapalhões na Ditadura.
Se os conspiradores de Brasília tivessem o mínimo de leitura, saberiam que envenenamentos políticos exigem mais do que um grupinho de WhatsApp e uma pesquisa no Google sobre “substâncias letais que não deixam rastro”. Na Rússia, por exemplo, temos casos dignos de manual. Alexander Litvinenko, ex-agente da KGB, foi envenenado com polônio-210, uma substância radioativa raríssima. Em 2020, Alexei Navalny sobreviveu ao Novichok, um agente químico de guerra. A KGB, ao menos, tinha um capricho na arte do homicídio sutil. Aqui no Brasil, a coisa foi conduzida como um churrasco de domingo: “Pega qualquer coisa aí e joga na comida do cara!”
O mais curioso é que essa turma queria “salvar o Brasil”, mas, pela competência demonstrada, a única coisa que conseguiriam foi perder uma guerra para Luxemburgo. Imagine o seguinte cenário: um exército invasor ameaça as fronteiras, e o alto comando da defesa nacional é o mesmo que esqueceu um rascunho de golpe dentro da gaveta do Ministério da Justiça. São os patriotas que mal conseguem esconder um PDF de duas páginas sem vazamento. Se dependêssemos deles, o hino nacional seria traduzido para mandarim em dois tempos.
E temos outro detalhe peculiar: entre os 34 denunciados, apenas uma mulher. Isso mesmo, em meio a uma conspiração para destruir a democracia, só havia uma golpista de saia. Dá até para imaginar a cena:
— Marília, precisamos de você para o plano.
— Ah, claro, me chamam só para resolver as coisas, né? Para fazer papel de vilã organizada enquanto vocês perdem USB com provas no boteco da esquina!
E assim se cumpriu mais um clichê: quando os homens fazem besteira, chamam uma mulher para tentar consertar. O problema é que, desta vez, nem ela deu conta.
O saldo final? Nenhum golpe, nenhuma invasão militar bem-sucedida, nenhum envenenamento digno de nota. Apenas um grupo de conspiradores que achou que poderia reescrever a história com a sofisticação de um roteiro de Zorra Total.
E que sirva de aviso: da próxima vez que algum lunático quiser brincar de golpe de Estado, ao menos consulte um manual de história. Caso contrário, vai acabar igual esses aí — listados na denúncia da PGR e ridicularizados na crônica de um blogueiro.