Por que Sergio Moro aceitaria ser candidato a presidente?

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Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça (Foto: Cristiano Mariz)

Se fosse eu no lugar dele, não aceitaria. O que faz você acreditar que ele vai aceitar?

André Luis Neves Leite

Talvez essa tenha sido a pergunta que eu mais respondi nos últimos dias e a resposta foi basicamente a mesma. A primeira coisa que me faz acreditar que Sergio Moro pode ser candidato é justamente o fato de que ele não é igual a você, não é igual a mim e não é igual a imensa maioria das pessoas comuns.

Precisamos entender que Moro é um ser diferente, daqueles que nascem de vez em quando, e são capazes de mudar o curso natural das coisas, daqueles que conseguem entrar para a história por meio do trabalho. Pessoas assim são exceções e não devemos tentar comparações.

Quando nós, pessoas comuns, inconscientemente nos comparamos com esses seres diferentes e nos colocamos no lugar deles, esperamos que eles tomem as decisões que nós tomaríamos e achamos estranho, ou colocamos como suspeita, qualquer decisão diferente da que teríamos. Agindo desta maneira, esquecemos que as decisões são diferentes porque eles são diferentes, e ponto final.

No exemplo específico do Moro, a maioria dos juízes, durante anos, não prendeu nenhum empresário ou político importante. Talvez se eu, você ou a imensa maioria estivesse no lugar dele, também não prenderíamos ninguém. Faríamos o nosso trabalho, não colocaríamos nossa família em risco etc. etc. etc.. Moro fez diferente por um único motivo, porque ele é diferente.

O mesmo raciocínio vale para ele ter deixado anos de magistratura, uma carreira sólida, estabilidade de emprego, férias, décimo terceiro salário e plano saúde, entre outros benefícios. Na visão de muitos, seria uma estupidez largar todas essas “garantias” para se arriscar em algo novo e instável, mas novamente Moro fez diferente. Ao aceitar o convite para assumir um ministério, ele trocou toda a segurança conquistada para correr atrás de seu objetivo de combater a corrupção, de conseguir fazer um Brasil melhor.

Aí, a maioria das pessoas “normais” começam com suas comparações: se largou tudo é porque compensa. Vai ganhar algo que a gente não sabe? (vaga STF) ou vai ter que “comer na mão” do patrão.

Então, o sistema se depara com um ser diferente, que não aceitou o curso natural e foi obrigado a dizer em voz alta e bom tom: “prezada, eu não estou a venda!!!” Ele não “comeu na mão” do patrão e não aceitou interferência no trabalho para o qual foi contratado. Novamente, Moro fez tudo diferente do que a maioria das pessoas “normais” fariam. Pela segunda vez, largou o cargo, porém agora para ser um desempregado. Deixou completamente sem entender aqueles que juravam que ele tinha largado a magistratura para ser indicado ao STF, provando mais uma vez que é um ser diferente, que conduz sua via pensando no coletivo e não em seus desejos individuais.

Então, meus caros, mesmo sem conhecer Sérgio Moro pessoalmente, sem nunca ter conversado, sem nunca ter trocado uma mensagem com ele, eu acredito que Moro será candidato apenas olhando para sua biografia, olhando para sua história de já ter feito várias vezes coisas inesperadas na óptica dos normais, mas sempre pautado pela ética, pela honestidade, competência, coragem e sempre com pensamento de que pode fazer um Brasil, assim como ele, DIFERENTE.

Foi assim que Moro prendeu empresários e políticos poderosos.

Foi assim que largou anos de magistratura.

Foi assim que Moro saiu do ministério.

E eu acredito que será assim que Moro aceitará ser candidato nas próximas eleições. Não porque Sérgio Moro precise ser presidente do Brasil, mas porque vamos mostrar para Moro que o Brasil precisa que ele seja o nosso presidente.

Moro irá perceber que milhões de brasileiros ainda acreditam que o Brasil pode ser diferente!!

Finalizando, sabemos, que Sérgio Moro não é nenhum super-herói, não possui super poderes e, por isso, espero que o povo também faça algo DIFERENTE nas próximas eleições e renove o Congresso e o Senado com pessoas realmente comprometidas com a agenda anticorrupção.

* André Luis Neves Leite é ativista do Grupo Médicos com Sergio Moro

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