Procura por documentos no Consulado do Paraguai em Foz cresce 500%; Busca é pelo sistema de saúde

Cidadãos do país vizinho querem retirar o CPF, procedimento necessário para acessar ao sistema público de saúde do Brasil, diz cônsul
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Foto: Gentileza Assessoria de Imprensa PMFI

A demanda por processamento de documentos no Consulado do Paraguai em Foz de Iguaçu, no Brasil, aumentou aproximadamente 500% nos últimos dois meses, informa o cônsul Iván Airaldi.

Esse fenômeno, segundo ele, é atribuído à busca por atendimento médico por parte dos cidadãos paraguaios, no sistema de saúde pública brasileiro.

Esta tendência aumentou significativamente desde a posse do presidente Javier Milei, que determinou o atendimento aos cidadãos argentinos.

De acordo com Iván Airaldi, cônsul do Paraguai em Foz de Iguaçu, aproximadamente 70 pessoas por dia vão à repartição consular para realizar procedimentos relacionados à obtenção do CPF (Cadastro da Pessoa Física), documento necessário para acessar o sistema de saúde do vizinho país.

“Isso é o que estamos tendo principalmente nesses dois meses. Cresceu praticamente 500%”, confirmou ele em entrevista ao jornal La Clave.

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“Cerca de 70 pessoas por dia vêm realizar seus procedimentos e isso acontece desde que o governo Milei chegou ao poder, todos os dias eles vêm realizar procedimentos, legalização de suas certidões de nascimento para poder solicitar o CPF”, Airaldi explicou.

O processo para obtenção do CPF exige endereço em Foz de Iguaçu, fatura de serviços básicos em nome do solicitante, fotocópia do RG e certidão de nascimento autenticada pelo Consulado.

Posteriormente, a documentação é apresentada à Receita Federal, onde é agendada entrevista.

Airaldi alerta que o sistema de saúde brasileiro pode ser afetado pelo aumento de paraguaios que procuram atendimento médico no país vizinho.

“Evidentemente eles montaram um esquema. Alguém se aproxima e diz que está morando aqui. Os controles realizados na Receita Federal são aleatórios. Nem sempre eles verificam ou certificam que você mora em Foz. Mas se forem perguntar pela pessoa no endereço declarado, tem que estar lá”, disse.

O cônsul explicou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é híbrido (público-privado) e oferece ampla cobertura aos seus cidadãos.

O acesso à saúde é gratuito para residentes no Brasil, e eles podem receber tratamento ambulatorial, quimioterapia, ressonância magnética e outros serviços.

Serviços

“Quem tem CPF recebe tudo em termos de saúde”, observou Airaldi, comentando que conhece os paraguaios que vêm fazer tratamento ambulatorial de câncer.

“Aqui eles dão todos os remédios para ele, fazem quimioterapia, fazem ressonância magnética, o que ele precisar”.

Em Foz do Iguaçu, o Hospital Municipal Padre Germano Lauck é a principal referência na área de saúde pública em Foz do Iguaçu.

A infraestrutura e a qualidade de vida no Brasil são significativamente melhores que no Paraguai, o que motiva muitos cidadãos do país a procurarem atendimento médico no país vizinho.

“O orçamento público retorna ao cidadão nestes serviços. Existe um sistema aqui no Município onde você pode agendar um Uber para te levar e trazer para tratamento se você for uma pessoa com pouca mobilidade ou um idoso, um doente crônico”, completou o cônsul.

Dengue e colapso

A grande procura de paraguaios e brasileiros que moram no país vizinho, pelo sistema público de saúde, é uma preocupação constante do prefeito Chico Brasileiro (PSD), especialmente com relação ao Hospital Municipal, que pode colapsar com o aumento do número de casos de dengue em Ciudad del Este e municípios próximos à fronteira.

A preocupação é que a situação fique parecida com a registrada na época da pandemia da covid-19, quando Foz do Iguaçu enfrentou dificuldade devido a superlotação das unidades de saúde e falta de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento e no Hospital Padre Germano Lauck.

Com informações do GDia

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