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Acordo com o Brasil sobre Itaipu definirá rumos para os próximos 50 anos, diz ministro paraguaio

Ministro Javier Giménez diz que tarifa sobre a energia de Itaipu deverá ser definida nas próximas semanas
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Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

O ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Giménez, afirmou que o acordo que está sendo negociado com o Brasil em relação à Itaipu Binacional será histórico, porque definirá os rumos da binacional para os próximos 50 anos. Ele afirmou que o primeiro passo, que é a fixação da alíquota, será dado em aproximadamente duas semanas.

O ministro explicou que as negociações com o Brasil têm três componentes: a definição de uma tarifa de energia elétrica para este e para o próximo ano, um acordo operacional sobre a potência que cada país tirará da energia gerada e, por fim, a revisão do Anexo C , que definirá os rumos da binacional para os próximos 50 anos.

Relativamente ao primeiro ponto, indicou que para a definição da taxa falta apenas a validação das partes superiores dos “pequenos detalhes” e que esta taxa seria divulgada na próxima semana, ou no máximo num prazo de duas semanas.

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Giménez destacou que a demora na definição da alíquota ocorreu porque o Governo paraguaio está tentando alcançar “o máximo benefício para o país” e que por isso não aceitou “questões que não nos pareciam, causando até certas “situações que nunca ocorreram dentro da entidade binacional”.

“Isso mostra até onde estamos dispostos a ir, o Presidente da República está disposto a ir para buscar o máximo benefício para o Paraguai. Mesmo que isso signifique transtornos, pois houve atraso no pagamento de contas e salários, ou o risco de crédito da entidade foi questionado. Muitos outros factores que indicam que o Presidente da República está disposto a jogar até ao limite para obter o máximo benefício para o país”, afirmou o ministro.

Giménez destacou a importância do estabelecimento dessa alíquota, que marcará uma visão da Itaipu Binacional como uma empresa que opera apenas para cobrir seus custos, ou se será uma empresa que gera excedentes para investir no desenvolvimento dos dois países.

“Quando você define a taxa, cada dólar que você retira ou coloca na taxa representa centenas de milhões de dólares nas contas por uma margem ou outra. Quando a taxa do governo anterior caiu de 22 para 16 dólares, isso significou uma perda para o Paraguai de centenas de bilhões de dólares”, indicou.

Acordo operacional e Anexo C, direção para os próximos 50 anos

Nesta semana, autoridades de ambos os governos anunciaram que decidiram avançar, imediatamente, após a definição da taxa no acordo operacional e a revisão do Anexo C.

O ministro Giménez explicou que um dos principais itens do acordo de operação é o poder que cada país decide utilizar. Neste sentido, destacou que, atualmente, o Paraguai está crescendo no seu consumo, e que o Governo do Presidente Santiago Peña “está tomando ações que indicam claramente a direção que queremos tomar”.

“O presidente tem uma agenda de trazer indústrias, trazer investidores, para fazer uso desse recurso para que a discussão com o Brasil no futuro não seja mais uma discussão com uso desigual do recurso. O Paraguai tem que usar essa energia e é isso que o presidente está fazendo ao atrair esses grandes grupos de investimentos que podem aproveitar a energia”, disse ele.

Barragem da Itaipu Binacional entre Brasil e Paraguai (Foto: Rafa Kondlatsch/Itaipu Binacional)

Ele indicou que com essas bases o objetivo é chegar a um acordo definitivo para os próximos 50 anos, em relação a Itaipu. “O Presidente da República está a tentar marcar a história e a dizer, bem, isto não pode ser uma discussão todos os anos, mas sim temos que definir o ritmo, mas mais importante do que isso temos que definir novos papéis e novas visões”, disse. indicou Giménez.

Ele ressaltou que por isso o Governo paraguaio já está colocando sobre a mesa uma posição muito clara do que quer de Itaipú, aprovando essa definição de tarifa, “que é recuperar os recursos que foram perdidos quando a tarifa foi reduzida e então tem a visão de que Itaipu tem que ser fonte de desenvolvimento.

“O contexto histórico em que vivemos obriga-nos a propor visões. Queremos que Itaipu seja uma geradora de energia elétrica baseada em recursos hidrelétricos a custo, ou queremos que seja uma empresa de desenvolvimento energético com recursos excedentes para poder investir em outras áreas. Queremos definir o papel da Itaipu para os próximos 50 anos”, afirmou.

Com informações do GDia

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