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Parque das Aves receberá certificação de projeto de conservação no 30º Congresso da ALPZA, na Guatemala

O evento ocorre de 23 a 26 de abril e reúne profissionais de diversos zoológicos e aquários da América Latina que trabalham na conservação da biodiversidade do planeta
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O Parque das Aves receberá certificação de projeto de conservação no 30º Congresso da Associação Latino-Americana de Parques Zoológicos e Aquários – ALPZA, que acontece na Guatemala, de 23 a 26 de abril, reunindo especialistas e instituições envolvidas com a conservação de flora e fauna na América Latina.

“Em 2023, o projeto “Voa, Jacutinga”, do Parque das Aves, foi certificado pela Alpza. Ele é focado na conservação da jacutinga (Aburria jacutinga), uma ave endêmica do bioma Mata Atlântica e que encontra-se ameaçada de extinção. Este ano, estamos indo receber em mãos a certificação, que vem coroar nossos esforços de conservação dessa espécie tão emblemática”, comenta Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves.

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Para participar do evento e receber a certificação, alguns representantes do Parque das Aves vão até a Guatemala: Paloma Bosso, diretora técnica; Cícero Luccas, diretor de infraestrutura; Soraya Penzin, diretora institucional; e Anna Croukamp, fundadora do Parque das Aves.

O Projeto “Voa, Jacutinga”

O projeto “Voa, Jacutinga” está focado na jacutinga, uma ave ameaçada de extinção e endêmica do bioma da Mata Atlântica, com ocorrência em outros dois países, além do Brasil: Paraguai e Argentina. A espécie está listada como Em Perigo de extinção – EN na Lista Vermelha Global da União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN desde 2004 e na Lista Vermelha Nacional Brasileira (2014) como resultado da perda e fragmentação do seu ambiente de ocorrência natural, da caça e da degradação da floresta através, por exemplo, da superexploração do palmito-juçara (Euterpe edulis).

“Por se tratar de espécie cinegética, ou seja, vítima intensa de caça, e de sofrer também drasticamente com o desmatamento da Mata Atlântica, que reduz suas fontes alimentares, dentre elas o palmito-juçara, a jacutinga já é considerada regionalmente extinta em algumas áreas. Felizmente, ela ainda ocorre no Parque Nacional do Iguaçu, localizado nas imediações do Parque das Aves, onde consegue se reproduzir de maneira segura, pois a área é protegida, e pode ser avistada pelos visitantes das Cataratas do Iguaçu com relativa frequência”, comenta Paloma.

O projeto integra métodos ex situ, ou seja, sob cuidados humanos, e in situ, no ambiente de ocorrência natural, para trabalhar a melhora do status populacional dessa espécie em parte de sua área de ocorrência natural. O Parque das Aves mantém a jacutinga em seu plantel desde 2000 e, ao longo desse período, quase uma centena de filhotes da espécie nasceram sob cuidados humanos.

Parque das Aves receberá certificação de projeto de conservação no 30º Congresso da ALPZA, na Guatemala

“Aqui no Parque das Aves trabalhamos a reprodução estratégica dos indivíduos de jacutinga, que são criados de forma natural pelos pais. Além disso, esses indivíduos crescem em ambientes dinâmicos e enriquecidos, que remetem ao seu habitat natural, favorecendo a oportunidade de desenvolverem comportamentos da espécie. Tudo isso para que, quando sejam destinados à translocação, que é a reintrodução no ambiente de ocorrência natural, esses indivíduos já estejam mais acostumados com as condições que vão encontrar nesse ambiente”, comenta Paloma.

O projeto “Voa, Jacutinga” também conta com um componente de comunicação, destinado a engajar o público na proteção da espécie e de seu habitat.

“A jacutinga e a palmeira-juçara são muito trabalhadas nas comunicações internas e externas do Parque das Aves, e já foram estrelas da Campanha Jacuçara, criada para chamar a atenção da situação crítica que ambas espécies vivem hoje, além de elencar soluções nas quais o público pode agir para ajudar na conservação, como reduzir o consumo de produtos ilegais de palmito-juçara”, comenta Melissa Correa, gerente de comunicações do Parque das Aves.

A certificação ALPZA

A certificação de projetos de conservação da ALPZA surgiu em 2010 como iniciativa do Comitê de Conservação e visa oportunizar a revisão do desempenho das iniciativas de conservação praticadas pelos membros da associação, assim como aumentar a visibilidade desses esforços.

“Os membros da ALPZA desenvolvem excelentes atividades em prol da conservação da biodiversidade, e nossa intenção com a certificação é ter diretrizes claras para estarmos alinhados com as melhores práticas a fim de protegermos nossa biodiversidade”, conclui Alexandra Guerra Ramírez, diretora executiva da ALPZA.

Sobre a ALPZA

A ALPZA desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento integral de seus associados com foco na conservação da biodiversidade, bem-estar animal e educação ambiental. Como representante regional da Associação Mundial de Zoológicos e Aquários – WAZA e liderando iniciativas junto a outras organizações globais, a ALPZA trabalha para que todos seus membros estejam acreditados até 2025, além de certificar programas de conservação significativos para a biodiversidade latino-americana, como o projeto Voa, Jacutinga, do Parque das Aves.

“A participação do Parque das Aves no 30º Congresso da ALPZA reflete o compromisso contínuo da instituição com a conservação da nossa biodiversidade, sendo um espaço essencial para a troca de conhecimentos, fortalecer laços com outras instituições e debater novas estratégias de conservação e bem-estar animal em nossa região”, finaliza Paloma.

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